A preocupação se dá especialmente em relação à faixa etária escolhida para a vacinação, pois o ministério destaca que os jovens de 10 a 14 anos apresentam um alto índice de hospitalizações por dengue, sendo o segundo grupo mais afetado, atrás apenas dos idosos. É importante ressaltar que a vacinação contra a dengue é composta por duas doses, com um intervalo de três meses entre elas.
Inicialmente, 521 municípios foram selecionados para iniciar a imunização contra a dengue em fevereiro de 2024, abrangendo regiões consideradas endêmicas para a doença. Ao longo do tempo, todas as unidades federativas passaram a receber as doses, seguindo critérios definidos pelos Conselhos Nacional de Secretários de Saúde e Municipal de Saúde, conforme orientações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização.
A disponibilidade limitada do fornecimento das doses pela fabricante Takeda contribui para a baixa procura da vacina, com o ministério priorizando os pedidos para o fornecimento da Qdenga. A empresa suspendeu contratos diretos com estados e municípios, dedicando-se ao atendimento das demandas do Ministério da Saúde.
No entanto, a Sociedade Brasileira de Imunizações alerta para a importância da vacinação, especialmente diante da detecção do sorotipo 3 da dengue em diversas localidades. Este sorotipo não circulava predominantemente no país desde 2008, tornando parte da população mais suscetível à infecção. O Ministério da Saúde destaca a intensificação do controle do mosquito transmissor da doença como parte de um plano de ação para redução da dengue e outras arboviroses.
Os números alarmantes de casos de dengue em 2024 e 2025 reforçam a urgência da vacinação e do controle da doença. No ano passado, o país registrou a pior epidemia da história, com mais de 6 milhões de casos prováveis e milhares de mortes. Em 2025, já são mais de 200 mil casos prováveis e dezenas de mortes confirmadas, exigindo medidas efetivas para conter a disseminação do vírus.