A principal causa dessa alta, segundo a análise, é a disseminação do rinovírus, que tem afetado predominantemente crianças e adolescentes. Além disso, a Covid-19 continua a ser um fator de relevância para o aumento dos casos de SRAG, afetando em maior medida a população adulta e idosa, especialmente em estados como Pará, Maranhão e nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Curiosamente, a única região que não apresentou um aumento na incidência da síndrome grave foi a Sul do país.
Nos últimos quatro ciclos epidemiológicos, os dados indicam que o rinovírus é responsável por 48,9% dos casos positivos, seguido pelo Vírus Sincicial Respiratório (20,8%), Sars-CoV-2, que causa a Covid-19 (15,5%), e influenza A e B, com 8,3% e 1,8%, respectivamente. Apesar de uma diminuição geral nos casos de SRAG por influenza A e Vírus Sincicial Respiratório, algumas exceções foram observadas, como o aumento dos casos de VSR entre crianças no Amazonas, e um crescimento no Distrito Federal relacionado à influenza A e Covid-19, afetando jovens, adultos e idosos.
Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e responsável pelo Boletim, reiterou a importância das medidas de prevenção, como o uso de máscaras em ambientes fechados, especialmente dentro de unidades de saúde. Ela aconselha que, caso crianças e adolescentes apresentem sintomas de gripe, permaneçam em casa e utilizem máscaras caso precisem sair.
A pesquisadora também enfatizou a relevância da vacinação, recomendando que todos estejam atualizados com as vacinas contra a Covid-19 e a influenza, especialmente grupos vulneráveis, como imunocomprometidos e idosos, que devem receber doses de reforço a cada seis meses para garantir proteção contra complicações graves.
Por fim, a análise da Fiocruz indicou um leve aumento nas notificações de SRAG associadas à Covid-19, especialmente nos estados da região Centro-Sul, como São Paulo e Paraná, além de alguns estados do Nordeste e Norte. Embora esses aumentos não tenham se refletido ainda em um aumento nas hospitalizações, a situação é monitorada de perto para evitar uma possível crise de saúde pública.