No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), a maior parte dos atendimentos realizados se concentrou em procedimentos de quimioterapia, que correspondem a aproximadamente 84% a 85% do total. Cirurgias oncológicas e radioterapias representam, respectivamente, de 10% a 12% e de 3% a 4% das intervenções realizadas.
De acordo com o urologista Rafael Ambar, especialista em saúde sexual e reprodutiva masculina, o aumento nos atendimentos não necessariamente reflete um crescimento real no número de casos de câncer de próstata, mas sim um aumento na procura por tratamento. Essa mudança é impulsionada pela ampliação da rede de saúde e pela crescente conscientização sobre a doença. O especialista nota que os homens mais jovens estão se mostrando mais proativos em relação à saúde e ao acompanhamento urológico.
Ambar acrescenta que a maior facilidade de acesso à informação, juntamente com um aumento na expectativa de vida e o desejo por um envelhecimento saudável, têm contribuído para essa nova atitude. Além disso, há um movimento em direção à diminuição do estigma associado às visitas ao urologista — embora o trabalho de conscientização continue sendo necessário nesse campo.
O diagnóstico precoce do câncer de próstata é crucial, pois a chance de cura pode chegar a 90%. Na fase inicial, a doença muitas vezes é assintomática, mas em estágios mais avançados pode manifestar sintomas como dificuldade para urinar, jato de urina fraco, presença de sangue na urina ou no sêmen e dores na pelve, quadris e costas.
O médico destaca que fatores como envelhecimento, predisposição genética, obesidade e hábitos prejudiciais à saúde, como tabagismo e sedentarismo, estão diretamente relacionados ao surgimento da doença. Para um diagnóstico eficaz, recomenda-se que homens iniciem o acompanhamento anual a partir dos 40 anos, especialmente aqueles com histórico familiar de câncer de próstata, e aos 50 anos para a população geral. Atualmente, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, perdendo apenas para o câncer de pele (não melanoma), conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).









