SAÚDE – “Atendimento do câncer infantojuvenil no Brasil passa por mapeamento de instituições de assistência, com meta de subsidiar novas políticas públicas”

O câncer se mostra como a segunda causa de morte entre pessoas com idades de 1 a 19 anos no Brasil. De acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a expectativa é que surjam 7.930 novos casos de câncer entre crianças e adolescentes no Brasil a cada ano, no triênio 2023/2025. Diante desse quadro, a Coniacc e a Sobope estão desenvolvendo um projeto para mapear a situação do atendimento do câncer infantojuvenil em todo o país.

O projeto, intitulado Mapeamento Nacional das Instituições de Assistência às Crianças e aos Adolescentes com Câncer, conta com o apoio do Ministério da Saúde e de instituições como o Childhood Cancer International (CCI), a Sociedade Latinoamericana de Oncologia Pediátrica (SLAOP) e a Keira Grace Foundation. O objetivo é subsidiar novas políticas públicas a partir dos resultados obtidos com o mapeamento.

O projeto pretende mapear todas as instituições que tratam crianças e adolescentes com câncer no país, incluindo aquelas que estão habilitadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e as que não estão. O foco é entender por que algumas instituições não são habilitadas, especialmente as localizadas em regiões carentes de serviços, como as regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Atualmente, existem 76 centros de tratamento habilitados pelo SUS e 14 não habilitados, além de 48 instituições de apoio associadas à Coniacc e 62 não vinculadas. Todos esses locais receberão questionários do projeto e equipes realizarão visitas para identificar pontos de fragilidade e necessidades de melhoria. O objetivo é compreender as características e a qualidade do trabalho das instituições de apoio e como a Coniacc e a Sobope podem contribuir.

Segundo a coordenadora do ‘Molecular Tumor Board’, Carolina Camargo Vince, a iniciativa do mapeamento é parte de um movimento global para melhorar a taxa de cura do câncer infantil no mundo. A expectativa é que os resultados do mapeamento estejam disponíveis para consulta no segundo semestre do ano que vem.

Em relação ao diagnóstico precoce, a oncologista pediátrica Carolina Camargo Vince explicou que, embora o câncer infantil tenha alta chance de cura, o diagnóstico precoce é fundamental. Ela destacou que as doenças são raras e que os sintomas podem ser semelhantes aos de outras enfermidades próprias da infância, o que torna o diagnóstico desafiador.

A iniciativa de mapeamento das instituições de atendimento a crianças e adolescentes com câncer é uma contribuição significativa para a compreensão do cenário atual do tratamento do câncer infantojuvenil no Brasil. Espera-se que os resultados orientem a formulação de políticas públicas mais eficazes e contribuam para a melhoria do atendimento e da qualidade de vida dos pacientes.

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