De acordo com a SBEM, os anabolizantes têm um impacto direto no perfil lipídico das pessoas. Eles têm o potencial de reduzir o colesterol HDL, conhecido como “colesterol bom”, ao mesmo tempo em que elevam os níveis de LDL, o “colesterol ruim”. Essas alterações podem resultar em condições que aumentam o risco cardiovascular, tais como resistência à insulina e acúmulo de gordura visceral, que são componentes da síndrome metabólica. Essa condição clínica, que afeta um número crescente de indivíduos, especialmente os mais jovens, pode ter consequências severas, como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Um estudo recente de destaque, focado em fisiculturistas amadores, revelou prevalência preocupante do uso combinado de esteroides anabolizantes, insulina e hormônio do crescimento, mostrando resultados significativos na saúde metabólica dos participantes. As análises mostraram uma queda acentuada nos níveis de colesterol HDL e um aumento nas enzimas hepáticas, oferecendo um panorama assustador sobre os efeitos a curto e longo prazo desses compostos na saúde.
Outro estudo publicado em uma revista especializada complementa essas descobertas, indicando que o uso contínuo de esteroides anabolizantes está ligado a efeitos adversos ainda mais graves, como resistência à insulina e sobrecarga metabólica que, mesmo após a interrupção do uso, podem persistir e acarretar riscos prolongados à saúde.
Estatísticas revelam que cerca de 6,4% dos homens relatam já ter utilizado anabolizantes, com essa taxa sendo ainda maior entre os frequentadores de academias. A SBEM aponta que esse uso muitas vezes não se restringe apenas a esteroides, mas inclui outras substâncias como insulina, o que potencializa os riscos.
Em resposta a essa problemática, a SBEM está intensificando suas iniciativas educativas e campanhas de conscientização sobre a importância de escolhas saudáveis. A organização enfatiza a importância de buscar informações corretas e acompanhamento médico antes de qualquer intervenção que possa afetar o metabolismo.
Em um movimento significativo para proteger a saúde da população, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a prescrição de anabolizantes para fins estéticos. A decisão se baseia na ausência de evidências científicas que sustentem a segurança e eficácia dessas terapias, alertando para os perigos associados às altas doses de hormônios androgênicos.
Com a crescente adesão de jovens a práticas prejudiciais, o foco na saúde cardiovascular e na prevenção de doenças metabólicas é mais crucial do que nunca. O Dia Internacional de Combate ao Colesterol se torna um lembrete oportuno da importância de escolhas informadas em saúde e bem-estar.