Em Alagoas, essa situação se agrava devido a condições climáticas e ambientais específicas. Nos meses de setembro e outubro, características do início da primavera, a baixa umidade do ar torna-se uma constante no estado. Este fator, associado à moagem da cana-de-açúcar, contribui para um aumento nos níveis de fuligem no ar, complicando ainda mais o quadro respiratório das crianças residentes em áreas próximas às usinas. “A combinação de pólen e fuligem é especialmente prejudicial para as crianças, provocando crises de asma e agravos em casos de bronquite”, alerta Rita Silva.
Outro elemento que complica o cenário respiratório no Brasil durante a primavera são as queimadas. O clima seco da estação favorece os incêndios, que liberam partículas de fumaça na atmosfera. Estes poluentes, ao serem inalados, reforçam a irritação das vias aéreas, afetando tanto jovens quanto adultos, especialmente aqueles com pré-disposição a alergias respiratórias. Para a médica, a exposição prolongada a essas condições pode não só agravar doenças existentes como também aumentar a incidência de infecções respiratórias.
Com a umidade do ar baixa em várias regiões do país, o ressecamento das vias respiratórias se intensifica, exigindo cuidados redobrados. Rita Silva sugere que pais adotem medidas preventivas para mitigar os efeitos desses fatores. Entre suas recomendações estão a manutenção de ambientes limpos, a umidificação do ar em espaços internos e a ingestão regular de líquidos pelas crianças. “Evitar locais com alta poluição, especialmente próximos a queimadas ou usinas, é crucial”, aconselha.
Apesar dos desafios, a primavera oferece também copiosas oportunidades de interação com a natureza, fundamentais para o bem-estar físico e mental das crianças. Atividades como passeios de bicicleta, caminhadas e brincadeiras em parques são altamente recomendadas. “Com os cuidados adequados, podemos desfrutar das maravilhas que a primavera traz e ainda fortalecer os laços familiares e hábitos saudáveis”, finaliza Rita Silva.