A Saraiva vinha enfrentando problemas desde 2018, quando entrou com o pedido de recuperação judicial. Na época, a empresa acumulava uma dívida de R$ 675 milhões com cerca de 1,1 mil credores. Com 85 lojas espalhadas por 17 estados do país, a rede lutava para se reerguer.
No entanto, em setembro deste ano, a Saraiva anunciou o fechamento de todas as suas lojas físicas e passou a operar apenas como um site de e-commerce. Após esse anúncio, o presidente da companhia, Jorge Saraiva Neto, e o vice-presidente, Oscar Pessoa Filho, renunciaram aos seus cargos.
A decisão de falência foi proferida pelo juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, que reconheceu o descumprimento do plano de recuperação judicial e determinou a suspensão de ações e execuções contra a empresa, além da apresentação da relação de credores. Apesar disso, o juiz decidiu manter o administrador judicial da empresa.
No pedido de falência, a Saraiva alegou ter cumprido todos os requisitos legais e apresentado os documentos exigidos por lei. No entanto, o juiz citou o descumprimento do plano de recuperação como motivo para a convolação da recuperação judicial em falência.
A decisão ainda é passível de recurso, o que significa que a Saraiva pode tentar reverter a falência decretada. No entanto, diante da difícil situação financeira e das constantes dificuldades enfrentadas pela rede de livrarias nos últimos anos, será um desafio para a empresa se recuperar e voltar a operar no mercado.
A notícia da falência da Saraiva impacta não apenas o setor editorial e literário do país, mas também representa mais uma perda no varejo físico, que já vem sofrendo com o crescimento do comércio eletrônico. A rede de livrarias, que já foi um símbolo do setor, não conseguiu se adaptar às mudanças do mercado e acabou sucumbindo às dívidas e à falta de clientes.
Resta agora aguardar os desdobramentos desse processo de falência e torcer para que a história da Saraiva não seja mais um exemplo de uma empresa tradicional que não conseguiu se reinventar e se manter no mercado cada vez mais competitivo.