São Paulo Enfrenta Crise Hídrica com Níveis de Represas em 28,7% e Implementa Medidas Emergenciais de Racionamento e Abastecimento Prioritário

Com o nível das represas da Grande São Paulo atingindo alarmantes 28,7%, o mais baixo desde a crise hídrica de 2014, o governo do estado implementou um plano de contingência para mitigar o risco de colapso no abastecimento de água. A atual situação levou a região a entrar na faixa três de criticidade, o que implica na redução da pressão nos encanamentos por um período de dez horas diárias.

A escassez de chuvas, que já dura três anos consecutivos, acendeu um sinal de alerta para as autoridades. O novo plano, desenvolvido pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, adota uma abordagem que inclui medidas emergenciais, como a otimização do uso do volume morto das represas e, se necessário, a adoção de um rodízio na distribuição de água. Essa estratégia é fundamentada em um sistema de faixas que classifica o nível de criticidade e determina ações específicas conforme a gravidade da situação.

No contexto atual, a faixa três exige não apenas uma significativa economia de água, mas também a necessidade de redução da pressão na distribuição, onde a economia prevista é de aproximadamente 8 mil litros por segundo. As restrições de abastecimento só serão impostas após a permanência dos níveis de água em uma mesma faixa por sete dias consecutivos, com a possibilidade de flexibilização após 14 dias de melhoria nas condições.

O rodízio no abastecimento, considerado como a última alternativa, poderá ser implementado mediante autorização da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp). Essa medida envolve a alternância entre áreas abastecidas e desabastecidas, estabelecendo horários conforme a gravidade da situação hídrica.

A análise do diretor da Arsesp, Thiago Mesquita Nunes, destaca a importância de entender o comportamento sazonal dos reservatórios, que tipicamente apresentam queda durante o período seco e recuperação nas épocas de chuvas. A atenção não se volta apenas para os dados imediatos, mas também para a tendência futura, assegurando que os níveis de água permaneçam dentro de uma curva de contingência segura para o Sistema Produtor Alto Tietê.

É crucial que, durante qualquer fase de restrição, o abastecimento continue a ser priorizado para serviços essenciais e para as populações mais vulneráveis. Isso inclui garantir o fornecimento de água para hospitais, escolas, abrigos e outros serviços prioritários, mesmo em momentos de crise aguda. O foco das autoridades permanece em evitar medidas drásticas que possam agravar ainda mais a situação hídrica no estado.

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