São Bernardo do Campo Registra 56 Casos de Intoxicação por Metanol e Aumento de Internações

Uma grave crise de saúde pública se desenrola em São Bernardo do Campo, localizado na Grande São Paulo, com o registro de 56 casos suspeitos de intoxicação por metanol. Este número posiciona o município como um dos mais afetados pelo surto de contaminação em todo o estado. Das notificações, apenas uma contaminação foi confirmada—o caso de Bruna Araújo, uma mulher de 30 anos que se encontra internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas. Com um quadro de saúde crítico, Bruna está sedada e se submetendo a sessões de hemodiálise, recebendo acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.

Na última sexta-feira, a família de Bruna foi informada sobre a possibilidade de morte cerebral, e exames realizados neste sábado ainda não forneceram resultados conclusivos. Além de Bruna, 51 pacientes estão em observação na rede hospitalar de São Bernardo, sendo que 49 deles são residentes locais. A situação preocupa, especialmente com três mortes sob investigação.

Como resposta à crise, quatro estabelecimentos comerciais e lotes de bebidas foram interditados cautelarmente em diferentes bairros da cidade, incluindo Taboão e Paulicéia. A Vigilância Sanitária Municipal, em parceria com a Vigilância Sanitária Estadual, atua no monitoramento e controle do surto. A Polícia Civil também entrou em ação, confiscando garrafas de bebidas nos locais investigados, enquanto a Delegacia de Investigação sobre Infrações contra o Meio Ambiente (DICMA) lidera as investigações criminais.

A situação não se limita a São Bernardo do Campo. Na capital paulista, duas mortes por intoxicação por metanol foram confirmadas, intensificando o sentimento de urgência entre as autoridades. Os óbitos ocorreram em um intervalo de tempo considerável, levantando questionamentos sobre a eficácia das medidas de controle. A Secretaria Municipal lamentou as perdas e intensificou as fiscalizações.

O governo de São Paulo anunciou a compra de 2 mil ampolas de álcool etílico, um tratamento essencial para pacientes afetados pela intoxicação. Essas ampolas serão distribuídas para centros de referência, enquanto um novo protocolo visa agilizar a análise de amostras, reduzindo o tempo de confirmação para uma hora.

Diante deste cenário alarmante, a interdição de estabelecimentos suspeitos se tornou uma prática recorrente. Desde o início do surto, um total de dez locais já foram fechados, com o governo localizando bares e distribuidoras em bairros nobres da capital e na Grande São Paulo. As autoridades permanecem em alerta constante, buscando conter a disseminação do metanol e proteger a saúde pública.

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