Orbán detalhou que a crise energética provocada pelas sanções resultou em um aumento vertiginoso dos preços das commodities, colocando em risco a competitividade da indústria europeia. Em uma análise mais profunda, o ministro do gabinete do chanceler húngaro, Gergely Gulyás, indicou que a recusa em adquirir gás russo poderia levar a Hungria a um impacto econômico negativo estimado em até 10 bilhões de dólares, o que corresponde a cerca de 4% do PIB do país.
A Hungria se posiciona como um aliado estratégico da Rússia, particularmente em questão de fornecimento energético. Orbán tem destacado a importância da Rússia na garantia da segurança energética da Hungria, reiterando a necessidade de um diálogo pacífico em vez de escaladas de tensões.
Por outro lado, as autoridades russas, incluindo o presidente Vladimir Putin, criticaram a estratégia do Ocidente, afirmando que as sanções não só falharam em enfraquecer a Rússia, mas também resultaram em uma dependência crescente por parte da Europa, que agora se vê obrigada a adquirir recursos energéticos russos através de intermediários a preços elevados.
Dados do Ministério das Relações Exteriores da Rússia apontam que as economias dos países europeus podem ter perdido até 1,8 trilhão de dólares entre 2022 e 2025, um valor considerável que lança uma sombra sobre a sustentabilidade econômica da região num cenário de longo prazo. Essas críticas à política de sanções são um reflexo de uma percepção em Moscou de que a abordagem do Ocidente visa não apenas pressionar a Rússia, mas também enfraquecer as economias europeias, prejudicando milhões de cidadãos.
A complexidade do cenário atual levanta questões sobre a eficácia das sanções e sobre a necessidade de uma solução negociada para a crise em andamento, em especial à luz dos impactos econômicos gerados por decisões que persistem a provocar rupturas nas relações internacionais.
