SAIU NA PIAUÍ – Lira manobrou nos bastidores da CBF para emplacar aliado, diz revista – com Jornal Rede Repórter



Enquanto a Seleção Brasileira decepcionava nas quartas de final da Copa do Mundo de 2022, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), jogava em outra arena: os bastidores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Lira articulou, junto ao ex-presidente da Federação Alagoana de Futebol, Gustavo Feijó, a tentativa de assumir o controle da poderosa entidade esportiva. Os planos, no entanto, naufragaram, apesar das movimentações intensas — e pouco transparentes — nos gabinetes de Brasília.

A mais recente edição da Revista Piauí revelou o enredo da disputa pelo comando da CBF, durante o afastamento temporário de Ednaldo Rodrigues, por decisão judicial em dezembro de 2023. Mesmo sem cargo formal na confederação, Lira participou de reuniões estratégicas para tentar viabilizar Feijó como presidente da entidade. O encontro mais simbólico aconteceu em 21 de dezembro, no escritório da advogada Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro, que também atua como advogada de Lira e foi posteriormente contratada pela própria CBF por R$ 10 milhões.

Feijó, conhecido desafeto de Rodrigues, chegou a articular uma chapa com Flavio Zveiter, filho de um influente desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Mas os adversários de Rodrigues não encontraram consenso, e a ofensiva política ruiu. Quando Ednaldo reassumiu o cargo por força de decisão do Supremo, o silêncio tomou conta dos que antes lideravam a ofensiva. A reportagem da Piauí destaca que, no mesmo dia em que Feijó formalizou a desistência de sua ação judicial contra a CBF, recebeu em sua conta R$ 2,5 milhões da entidade — pagamento classificado como “acordo judicial”.

A reportagem de cinco páginas, assinada pelo jornalista Allan de Abreu, escancara o uso político e financeiro da CBF como moeda de troca entre dirigentes, parlamentares e empresários. O esquema inclui voos em primeira classe, hospedagens de luxo no Catar durante a Copa, e uma fila de beneficiados, entre eles familiares de Ednaldo Rodrigues e políticos como o senador Ciro Nogueira e o deputado José Rocha.

Lira e Feijó aparecem como peças-chave no tabuleiro que tentava tomar o controle da entidade. Ambos operaram nos bastidores enquanto o futebol brasileiro convivia com projetos abandonados, como centros de arbitragem e formação de juízes. O jogo jogado por Lira, desta vez, não terminou em vitória — mas seus aliados não saíram de mãos vazias. O valor que caiu na conta de Feijó é uma pista de que, mesmo quando perdem, certos jogadores ainda lucram.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo