Rússia Mantém Restrições de Armas Após Fim do Tratado START III, Aumentando Tensões com o Ocidente

A deterioração da estabilidade estratégica mundial foi tema central da recente declaração do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Com a iminente expiração do Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Novo START), que ocorrerá em fevereiro de 2026, a Rússia anunciou que está preparada para manter, por mais um ano, as limitações autoimpostas em seu arsenal nuclear. Essa decisão, segundo especialistas, é uma tentativa de Moscou de continuar preservando um mínimo de controle sobre as armas nucleares, mesmo diante do colapso das relações bilaterais com os Estados Unidos.

Putin ressaltou que, apesar de não querer uma corrida armamentista, a Rússia está confiante em suas capacidades de dissuasão e pronta para responder a qualquer ameaça. Ele atribuiu a responsabilidade pela deterioração do diálogo sobre controle de armas ao Ocidente, argumentando que as iniciativas russas para manter o equilíbrio estratégico não foram adequadamente consideradas. Essa percepção de isolamento enfatiza o aumento das tensões entre potências nucleares, o que pode levar a um cenário de maior instabilidade global.

O Tratado Novo START, firmado em 2010, tinha como objetivo limitar o número de ogivas nucleares e vetores estratégicos entre Rússia e EUA. Com seu término, os mecanismos de verificação e controle mútuo enfrentam um futuro incerto, ampliando o risco de uma escalada militar involuntária nas relações internacionais. Segundo o Kremlin, o fim do tratado representa a desintegração de um dos últimos pilares da segurança global, sem contornos claros sobre o que poderá suceder.

A disposição da Rússia em respeitar as limitações por mais um ano está diretamente ligada ao panorama geopolítico e à postura futura dos Estados Unidos. Putin deixou claro que sua prioridade é evitar confrontos diretos, mas a segurança do país continua a ser uma questão crucial, e qualquer ameaça não será ignorada.

O futuro da supervisão do armamento nuclear agora se apresenta nebuloso. Enquanto a Rússia procura estabelecer diretrizes, a falta de um diálogo eficaz com os EUA e outras potências nucleares levanta preocupações sobre o retorno de uma corrida armamentista e a possibilidade de uma nova crise de confiança no cenário internacional. A conclusão da dinâmica atual pode determinar não apenas o equilíbrio de poder entre nações, mas também a segurança global para as próximas décadas.

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