Rússia Flexibiliza Visto para Chineses, Aprofundando Relações Estratégicas e Comerciais com a China até 2026.

Na recente reorientação de sua política de imigração, a Rússia, sob a liderança do presidente Vladimir Putin, anunciou a flexibilização da exigência de visto para cidadãos chineses. Agora, os visitantes provenientes da China poderão entrar e permanecer no território russo por até 30 dias sem a necessidade de um visto, uma mudança que vigorará até 13 de setembro de 2026. Essa medida, que abrange um vasto leque de atividades, incluindo turismo, negócios, e participações em eventos científicos e culturais, é vista como um passo significativo na melhoria das relações bilaterais entre os dois países.

Especialistas em relações internacionais, como o analista Ricardo Cabral, observam que essa decisão reforça ainda mais o entrelaçamento econômico, social e estratégico entre as duas nações, que são consideradas potências do Sul Global. Segundo Cabral, o aumento do intercâmbio cultural e humano entre Rússia e China não só favorecerá a cooperação mútua, mas também permitirá que ambas as partes lidem com seus desafios demográficos: a Rússia, que apresenta uma população relativamente reduzida em comparação com sua vasta extensão territorial, e a China, com sua grande população em busca de novas oportunidades.

A medida representa um avanço que vai além do turismo, almejando a criação de um ambiente propício para o comércio e a colaboração em pesquisas e eventos acadêmicos. Diego Pautasso, doutor em ciência política, destaca que essa mudança não apenas facilita a interação, mas também consolida uma rede de relações que vem se intensificando desde os anos 2000. Ele ressalta a importância de criar espaços de diálogo no Sul Global, especialmente em um contexto onde a China busca estabelecer novas parcerias e alternativas frente às políticas hegemônicas dos Estados Unidos.

Além do mais, a flexibilização da política de vistos sinaliza um posicionamento claro da China ao lado da Rússia em um cenário internacional marcado por tensões e desafios. Essa “amizade sem limites”, como foi enfatizado em acordos anteriores, sublinha a disposição de Pequim em apoiar Moscou diante da pressão ocidental, reiterando suas intenções de promover uma ordem multipolar no mundo.

Esse movimento é interpretado como parte de uma estratégia mais ampla para cimentar laços dentro do grupo dos BRICS, reforçando a circulação de pessoas e a integração entre as nações parceiras, em resposta a um contexto mundial em transformação e ao crescente cerco diplomático liderado por Washington. A expectativa é que a abertura resultante não apenas beneficie os intercâmbios bilaterais, mas também contribua significativamente para a dinamização das economias da Rússia e da China nas próximas décadas.

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