De acordo com analistas, a cooperação entre Rússia e Irã é impulsionada pela hostilidade que ambos os países enfrentam de potências ocidentais, particularmente dos Estados Unidos e de certos países da Europa. O professor Foad Izadi, especialista em Relações Internacionais da Universidade de Teerã, enfatizou que, em um mundo marcado por desafios comuns, é fundamental que estados com interesses e objetivos alinhados unam suas forças.
O contexto atual demanda uma nova abordagem em questões de segurança, uma vez que um tratado anterior, firmado em 2001, já não atende às necessidades contemporâneas dos dois países. O especialista militar russo Yuri Lyamin ressaltou que o novo acordo poderá incluir a cooperação em defesa como um componente crucial, considerando as ameaças que grupos terroristas representam para ambas as nações. Izadi observou que a luta contra o terrorismo é uma prioridade compartilhada e que os dois países formam uma aliança natural diante da instabilidade regional.
Além das questões de segurança, a relação entre Rússia e Irã se expande para o campo econômico. Ambos os países estão sob pressão de sanções ocidentais e, portanto, buscam maneiras de fortalecer seus laços comerciais. O intercâmbio de produtos entre os dois, que historicamente incluía suprimentos da Europa, deve ser reconfigurado, com o Irã assumindo um papel mais proeminente na provisão de mercadorias que a Rússia necessita neste novo cenário de isolamento.
Outro aspecto relevante é a potencial colaboração no setor espacial. A Rússia detém tecnologia avançada nessa área, e o Irã tem manifestado interesse em se beneficiar dessa expertise, especialmente em relação ao lançamento de satélites.
Esse novo tratado, que simboliza uma virada estratégica nas relações entre os dois países, pode, portanto, não apenas proporcionar um alicerce mais sólido para a parceria em segurança, mas também abrir portas para uma cooperação econômica e tecnológica que pode redefinir o papel da Rússia e do Irã no cenário geopolítico global.