O médico Expedito Barbosa, formado pela Universidade Federal de São Paulo e membro da Comissão Nacional do Jovem Médico da Associação Médica Brasileira, enfatiza que Cuba é um modelo a ser seguido no que diz respeito à medicina preventiva. Através de uma abordagem que prioriza a prevenção, o país conseguiu desenvolver soluções eficazes para problemas de saúde, mesmo diante de severas limitações impostas por um bloqueio econômico prolongado. Segundo ele, a BioCubaFarma pode ampliar as opções de tratamento disponíveis, democratizando o acesso a terapias que muitas vezes se mostram inacessíveis devido a custos elevados nos EUA, Europa e mesmo no Brasil.
Rodrigo Teixeira, da Associação Cultural José Martí, observa que a nova aliança surge em um momento crucial da geopolítica, especialmente com a evolução do BRICS. Essa coalizão pode viabilizar um rompimento do bloqueio imposto sobre Cuba, permitindo que o país e seus aliados desenvolvam vacinas fundamentais que atendam à demanda de países em desenvolvimento cujas populações carecem de tratamento adequado.
A resistência da medicina cubana, enraizada em princípios humanitários, contrasta com a realidade de outros países, como o Brasil e os Estados Unidos, onde os serviços de saúde muitas vezes priorizam o lucro em detrimento do bem-estar da população. Gonzalo Vecina, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, menciona que, com o suporte da Rússia, Cuba poderá dar um salto significativo na biotecnologia, potencializando seu desenvolvimento na área da saúde.
A união entre Cuba e Rússia, longe de ser apenas uma troca econômica, representa uma tentativa de criar um modelo alternativo de saúde, desacoplado das regras do mercado capitalista. A perspectiva é que esse movimento traga não apenas benefícios para a saúde pública cubana, mas também influencie positivamente outras nações que sofrem com a escassez de medicamentos e cuidados médicos adequados. Essa cooperação tem o potencial de reafirmar a importância de um sistema de saúde mais acessível e humanizado, desafiando os paradigmas atuais e trazendo esperança para um futuro mais igualitário na assistência à saúde global.