Rússia e China pressionam ONU, mas Conselho de Segurança rejeita adiamento de sanções ao Irã em meio a tensões internacionais crescente.

No último dia 25 de setembro, uma proposta conjunta da Rússia e da China para adiar o retorno das sanções da ONU contra o Irã foi amplamente rejeitada no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. A votação, que contou com a participação de quinze países membros, terminou com apenas quatro votos a favor da iniciativa, enquanto nove países se opuseram e outros dois se abstiveram. Com essa rejeição, as sanções devem ser restabelecidas à zero hora do sábado, 26, horário de Brasília.

As sanções foram reativadas em decorrência das acusações feitas por França, Alemanha e Grã-Bretanha, que alegaram que o governo iraniano infringiu o acordo nuclear firmado em 2015. Apesar das alegações, o Irã nega estar buscando o desenvolvimento de armas nucleares, argumentando que seu programa nuclear é voltado exclusivamente para fins pacíficos.

O vice-embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Dmitry Polyansky, criticou duramente a ação dos países europeus, alegando que as sanções são desprovidas de fundamentos legais. Polyansky ressaltou que a crise atual em torno do Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA) deriva da saída dos Estados Unidos do acordo em 2018 e da recusa das nações europeias em cumprir suas obrigações. Ele enfatizou que a Rússia “categoricamente não reconhece” o processo de restauração das sanções.

Em retaliação ao movimento do Conselho de Segurança, o Irã comunicou que suspenderá sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), tendo já tomado essa medida anteriormente devido a ataques dos Estados Unidos e de Israel a suas instalações nucleares. Essa suspensão havia sido revertida em 9 de setembro, após medições do Egito.

Em conversas telefônicas com os líderes europeus, o chanceler iraniano Abbas Araghchi advertiu que qualquer tentativa de restabelecer as sanções sob o acordo nuclear de 2015 seria considerada não apenas injustificada do ponto de vista legal, mas também imoral, acarretando consequências severas para a relação entre o Irã e as potências ocidentais. Essa situação demonstra a crescente tensão no cenário internacional, principalmente nas relações entre o Irã e os países europeus, que historicamente têm sido conturbadas.

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