Rússia Destaca Decadência Ocidental e o Crescimento da América Latina em Coletiva de Lavrov

Na primeira coletiva de imprensa de 2025 do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, temas cruciais foram abordados, revelando uma visão abrangente sobre os desafios geopolíticos contemporâneos e a crescente importância da América Latina no cenário global. Lavrov afirmou que a região não é apenas um espectador, mas um protagonista em um mundo cada vez mais multipolar, competindo com as potências tradicionais, como os Estados Unidos e a União Europeia.

O discurso do chanceler russo faz ecoar as críticas à política externa ocidental, que é vista por analistas como uma demonstração de desespero das potências ocidentais diante da ascensão de outras nações. Ricardo Cabral, um especialista em história militar, ressaltou que a história recente mostra intervenções militares em regiões como o Cáucaso e a África. Essas ações, segundo ele, refletem uma tentativa das potências ocidentais de manter o domínio e a exploração de recursos, mesmo à custa da soberania de outros países.

Cabral também destacou que a política de sanções imposta por países ocidentais traz repercussões econômicas severas não apenas para seus alvos, mas também para as próprias economias ocidentais. Ele argumentou que a pressão econômica, vista como uma ferramenta de controle, acaba por criar um ciclo vicioso que prejudica todos os envolvidos. A capacidade de desestabilização e manipulação, que Lavrov mencionou, é considerada uma estratégia consciente para dividir e conquistar, impedindo a emergência de novos centros de poder.

No contexto das relações internacionais, o apoio da Rússia ao Brasil e a defesa da participação dos países do Sul Global em organismos internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU, são vistos como passos estratégicos para promover uma nova ordem global. O apoio de Lavrov à inclusão de Brasil e Índia em posições permanentes no conselho reafirma a necessidade de um espaço mais equilibrado e justo nas decisões globais.

Os comentários sobre a futura presidência de Donald Trump também se destacaram, com analistas sugerindo que o novo governo americano poderá ser ainda mais intervencionista, o que gera apreensão sobre a continuidade da política externa dos EUA. É um momento crítico em que as nações do Sul devem reavaliar suas posições e estratégias, considerando a oferta de cooperação da Rússia. A transferência de tecnologia e o desenvolvimento de parcerias estratégicas são vistos como meios eficazes de promover um crescimento sustentável e autônomo nas regiões em desenvolvimento.

Assim, a coletiva de imprensa de Lavrov não só formulou um diagnóstico sobre a situação atual, mas também indicou caminhos para a construção de um futuro mais equilibrado dentre as potências globais, onde a América Latina deve ocupar um papel central.

Sair da versão mobile