Rússia descarta diálogo sobre controle de armas nucleares enquanto EUA mantiverem postura antirrussa, afirma ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov.

A relação entre Rússia e Estados Unidos, dois dos principais poderes nucleares do mundo, continua a se deteriorar, especialmente no que diz respeito ao diálogo sobre a limitação de armamentos estratégicos. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou recentemente que não há condições favoráveis para negociações enquanto Washington mantiver sua postura considerada antirrussa. A declaração ilustra um clima de desconfiança mútua que paira sobre o futuro das discussões armamentistas entre as duas nações.

Os tratados que anteriormente regulavam as relações nucleares entre Moscou e Washington, datados desde a época da União Soviética, estão em risco. O mais recente, chamado Novo START, foi estabelecido em 2010 por Barack Obama e Dmitry Medvedev e tem previsão de expiração em 2026. Contudo, devido às sanções ocidentais impostas à Rússia e à suspensão destes encontros por parte de Moscou em 2023, o futuro desse pacto se mostra incerto. Para Lavrov, os fundamentos da estabilidade estratégica foram comprometidos pela política que os EUA adotaram.

Embora a Rússia mantenha um nível de previsibilidade em suas estratégias nucleares, Lavrov comentou que a moratória unilateral sobre o posicionamento de mísseis de médio e curto alcance se tornou “praticamente inviável”, o que leva a Rússia a considerar sua renúncia. A situação se complica ainda mais diante de recentes movimentações de armamento na Europa, especialmente com o envio de caças F-16 pela Dinamarca à Ucrânia. O chanceler russo classificou essas armas como alvos legítimos, ressaltando que a Dinamarca está entre os maiores fornecedores de armamentos para Kiev, além de participar no treinamento de forças locais e financiar a produção militar na Ucrânia.

Essa escalada de hostilidades e a recusa em dialogar criam uma perspectiva sombria para a segurança global, levantando questões sobre como as relações entre os dois países poderão se desenvolver nos próximos anos, especialmente com o fim do Novo START se aproximando. O ministro ironizou que “não vale a pena tentar adivinhar o que acontecerá depois de fevereiro de 2026”, refletindo a incerteza e a tensão que caracterizam o atual cenário internacional.

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