Rússia Denuncia Esquema da UE para Apropriar Ativos Congelados em Empréstimo a Kiev de US$ 35 Bilhões

Em uma recente declaração que causou repercussão no cenário internacional, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, qualificou como um “esquema de fraude” a decisão da União Europeia de conceder um empréstimo de US$ 35 bilhões à Ucrânia, a ser financiado com ativos russos congelados. A afirmação, feita no último sábado, surge após o anúncio, na sexta-feira, dos líderes do G7, que concordaram em oferecer cerca de US$ 50 bilhões em empréstimos à Ucrânia, a serem reembolsados entre 2024 e 2027, usando como garantia os rendimentos dos ativos bloqueados.

Desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, a União Europeia e a coalizão de países do G7 congelaram aproximadamente € 300 bilhões, um valor que supera R$ 1,8 trilhão. A maior parte desses ativos se encontra em países da UE, que, sob pressão dos Estados Unidos, estão considerando a possibilidade de tornar o congelamento indefinido. A intenção, segundo analistas, é assegurar que esses recursos possam ser utilizados para o pagamento da dívida ucraniana.

Zakharova enfatizou que a resposta russa a essa manobra da UE não deverá tardar. Segundo a diplomata, o bloqueio de ativos não é apenas uma violação das normas internacionais, mas configura um roubo que afeta diversos investidores, incluindo fundos soberanos. O chanceler russo, Sergei Lavrov, também manifestou sua preocupação, destacando que Moscou poderá responder confiscando ativos europeus que estão congelados em território russo.

Essa situação tensa reflete a complexidade das relações internacionais atuais, envolvendo questões de soberania, direitos financeiros e a continuidade do conflito na Ucrânia, que já gerou uma crise humanitária e econômica significativa na região. Enquanto a Ucrânia busca apoio financeiro para enfrentar os desafios impostos pela guerra, a resposta da Rússia mostra que as tensões continuam a escalar, com ambos os lados armando-se não apenas militarmente, mas também em um campo econômico e diplomático. As próximas ações poderão definir o rumo não apenas para a Ucrânia, mas para a dinâmica geopolítica entre a Rússia, a UE e os Estados Unidos.

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