Zakharova, no entanto, destacou que tanto a Rússia quanto a China defendem o direito do Irã de estabelecer sua própria estratégia para o desenvolvimento de sua energia nuclear, conforme prevê o direito internacional e, em particular, o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Segundo a representante russa, o país persa tem plena legitimidade para desenvolver sua energia nuclear para fins pacíficos sem estar envolvido na fabricação de armamentos nucleares, uma posição que, segundo ela, foi corroborada pelo próprio governo iraniano e pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
A declaração surge em um contexto complicado, onde os Estados Unidos realizaram um ataque a três instalações nucleares no Irã em junho, com o intuito declarado de frustrar o programa nuclear do país. Este ataque foi amplamente condenado por Teerã, que o qualificou de “bárbaro e criminoso”, e pelo ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, que reiterou que a diplomacia não está sendo respeitada, atribuindo a culpa aos EUA por romperem acordos. O ministério iraniano sublinhou que o país continuará seus esforços para garantir sua segurança nacional.
A recente ação militar dos EUA não apenas gerou uma forte reação por parte do Irã, mas também levou a um clamor internacional. O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou os ataques como uma escalada perigosa que representa uma ameaça à paz e à segurança global. A Rússia, por sua vez, condenou enfaticamente as ações dos Estados Unidos, afirmando que violaram várias normas de direito internacional e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU. A China e Cuba também se manifestaram contra os ataques, refletindo uma preocupação crescente com a estabilidade na região do Oriente Médio e as implicações globais do conflito em andamento.