Rússia considera implantar mísseis balísticos Oreshnik em áreas orientais, afirmando que Estados Unidos e aliados estão promovendo uma corrida armamentista na região.

Recentemente, a Rússia anunciou que não se considera mais limitada pela moratória de longo prazo sobre a implantação de mísseis balísticos de alcance curto e intermediário. Essa decisão foi comunicada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia, que indicou que as condições para a manutenção dessa moratória não existem mais. De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a Rússia agora está autorizada a tomar quaisquer medidas necessárias para a instalação desses mísseis.

Os mísseis em questão são os Oreshnik, que são classificados como mísseis hipersônicos. Com um alcance aproximado de 5 mil quilômetros e capazes de atingir velocidades de até Mach 10, esses armamentos são projetados para serem difíceis de interceptar, o que aumenta sua eficácia em possíveis conflitos. O especialista Igor Korotchenko, analista militar, destacou que a Rússia pode implantar esses mísseis tanto na parte ocidental quanto na parte oriental do país, dependendo da evolução da situação geopolítica.

Korotchenko mencionou que o aumento da atividade militar na região do Pacífico, impulsionada pelo bloco AUKUS (formado por Estados Unidos, Reino Unido e Austrália), é um fator que pode levar à instalação dos Oreshnik nas áreas orientais da Rússia. A preocupação com a possível instalação de sistemas de mísseis americanos em países aliados na região, como Filipinas, Japão e Coreia do Sul, também é uma motivação para essa medida defensiva.

Caso necessário, os mísseis Oreshnik poderiam atingir partes significativas do Alasca e do Canadá, dado seu amplo alcance. A possibilidade de implantação de armamentos avançados na fronteira russa sinaliza uma nova fase nas tensões militares entre a Rússia e o Ocidente, refletindo uma corrida armamentista crescente. Com esta movimentação, o cenário geopolítico global se torna ainda mais incerto, à medida que as potências buscam fortalecer suas capacidades defensivas e ofensivas na busca por segurança e influência na região Ásia-Pacífico.

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