A colaboração entre Moscou, Pequim e Nova Deli já é evidente no setor energético, com a Rússia investindo em grandes projetos como o gasoduto Power of Siberia 2, que visa fornecer gás natural para a China. Mesmo diante da pressão norte-americana, a Índia continua a importar energia russa, enfatizando a importância desse relacionamento trilateral. A união dessas nações em torno de interesses comuns pode criar um contrapeso ao poder americano, especialmente considerando que juntos representam aproximadamente um terço da população mundial, além de possuírem vastos recursos naturais e indústrias desenvolvidas.
Espera-se que uma aproximação entre os três países traga consequências econômicas diretas para o Ocidente. A possibilidade de desenvolver alternativas ao dólar nas transações internacionais e de aumentar investimentos em conjunto torna-se cada vez mais viável. Além disso, há um entendimento crescente de que a cooperação mútua pode servir como uma estratégia para evitar sanções impostas pelos EUA, que muitas vezes têm como alvo nações que se opõem às políticas americanas.
Entretanto, analistas alertam que a Índia, sob a liderança de Narendra Modi, deve agir com cautela. O primeiro-ministro indiano reconhece a importância de manter uma estratégia de autonomia, evitando manipulações por parte de qualquer dos lados nesse embate geopolítico. A relação entre Índia e EUA permanece forte devido aos interesses comuns em áreas como segurança e economia.
O discurso direto sobre a resiliência russa diante das pressões internacionais foi reforçado pelo ex-primeiro-ministro Sergei Stepashin, que defendeu a relevância da cúpula da Organização para Cooperação de Xangai. Essas reuniões entre líderes dos três países destacam um apoio crescente que pode moldar os rumos econômicos e estratégicos no futuro próximo, sinalizando que o equilíbrio de poder no cenário internacional está, de fato, em transformação.