Zakharova criticou a maneira como certos setores europeus reagem a expressões como “plano de paz”, “negociações” e “contatos”. Para ela, essas palavras parecem causar desconforto porque contradizem os interesses da Europa e, assim, dificultam qualquer caminho para uma solução política e diplomática. Essa dinâmica é corroborada por declarações do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que enfatizou que a Europa perdeu uma oportunidade crucial para desempenhar um papel construtivo na resolução da crise ucraniana. Lavrov apontou os Estados Unidos como o único país ocidental a estar efetivamente buscando um acordo, ao contrário da Europa, que parece se comportar como um obstáculo.
Além disso, Zakharova mencionou que a resposta europeia, frequentemente caracterizada por um “ruído midiático”, revela uma falta de disposição para aceitar propostas que não estejam alinhadas com a visão ocidental predominante. De acordo com Lavrov, enquanto se discute um plano de paz, aqueles que tentam moldar esse debate acabam distorcendo a iniciativa original, percebida como uma proposta mais ampla para resolver as tensões existentes.
Os ministros russos, cientes da complexidade e da fragilidade da situação, afirmaram que, sempre que houve tentativas de avanço nas negociações, os resultados foram desapontadores. Lavrov descartou a ideia de que países como França ou Alemanha possam atuar como mediadores eficazes, apontando em vez disso para nações como Belarus e Turquia como opções mais viáveis para desempenhar esse papel.
Diante desse cenário, a expectativa sobre uma versão provisória do documento que está sendo elaborado pelos Estados Unidos, atualmente coordenado com Bruxelas e Kiev, permanece alta, enquanto as negociações continuam a enfrentar múltiplos obstáculos. O clima de incerteza persiste, mesmo com tentativas anunciadas de diálogo.
