No Senado, Alcolumbre rompeu a aliança com o líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), em função da escolha do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF). Embora Alcolumbre afirme que a crise não seja diretamente relacionada ao nome indicado, a insatisfação reside na maneira como o processo foi gerido. Ele acreditava que a preferência deveria ter sido por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e a escolha repentina de Messias, divulgada antes de um anúncio oficial, irritou muitos senadores, levando a um clamor pela defesa de Pacheco como uma opção mais sólida e institucionalmente respeitável.
Alcolumbre, que se encontra em uma posição de desgaste com o governo Lula, declarou que não apoiará a indicação de Messias e não participará de articulações em favor do mesmo. Este rompimento parece ser irrevogável, e os aliados do presidente do Senado fazem questão de enfatizar o clima tenso que se instalou, não somente entre Alcolumbre e Lula, mas também com Wagner.
Na Câmara, um cenário semelhante se desenrola, com a ruptura entre Hugo Motta e Lindbergh Farias (PT-SP). A relação já estava fragilizada por divergências, especialmente relacionadas ao PL Antifacção, que Motta entregou à oposição. Motta critica Farias por alegadas falhas nas articulações e por tentar transferir responsabilidades que deveriam ser do Planalto.
Esses conflitos acontecem em um momento crítico, pois o governo ainda não conseguiu aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), essencial para o orçamento de 2026. Com Alcolumbre e Motta distantes dos líderes governistas, a estratégia de articulação legislativa depende agora mais de ministros e de representantes do governo, como o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) e o experiente José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, que buscam restituir a diálogo perdido e facilitar o avanço das pautas governamentais diante de um cenário repleto de desafios políticos e fiscais.
