Likhachev expressou sua preocupação com as “despesas adicionais” incorridas devido à não entrega dos equipamentos, o que exigiu ajustes em cronogramas de instalação e, potencialmente, complicou ainda mais o andamento da obra. Ele afirmou categoricamente que as reivindicações legais contra a Siemens “serão processadas”, sublinhando a gravidade da situação e suas implicações financeiras.
Em outubro de 2024, o vice-primeiro-ministro russo, Aleksandr Novak, já havia destacado que a Siemens não cumpriu suas obrigações contratuais em relação ao fornecimento dos equipamentos, levando os responsáveis pelo projeto a buscar alternativas em países com os quais a Rússia mantém relações amistosas. Essa mudança na estratégia pode ser um indicativo de como a relação comercial entre a Rússia e a Alemanha se deteriorou, especialmente em projetos tão sensíveis como o nuclear.
A construção da usina de Akkuyu é significativa, não apenas por ser a primeira usina nuclear da Turquia, mas também por representar a maior colaboração até hoje entre a Rússia e a Turquia em projetos de energia. Quando completamente operacional, a usina, que consiste em quatro unidades equipadas com reatores VVER-1200, é projetada para gerar cerca de 35 bilhões de kWh anualmente, o que poderá atender até 10% da demanda elétrica da Turquia.
Apesar das dificuldades atuais, as atividades de comissionamento na Unidade 1 continuam. Recentemente, a instalação da turbina foi finalizada com sucesso, refletindo o compromisso das partes envolvidas em levar o projeto adiante, mesmo diante dos obstáculos legais e contratuais. A expectativa é que a resolução dessa disputa possa ser alcançada rapidamente para que o cronograma e os objetivos da usina sejam cumpridos.