Essa eleição não apenas trouxe um novo chefe do Executivo, mas também consolidou a força do PDC no legislativo. Na nova composição da Câmara dos Deputados, o partido assegurou 45 cadeiras, superando partidos como Libre, que garantiu 37 assentos, e Unidad, que ficou com 28. As formações políticas menores, como Participe e AP, conquistaram 6 e 5 cadeiras, respectivamente, enquanto o MAS foi reduzido a apenas um deputado. No Senado, a tendência se repetiu: o PDC conquistou 15 cadeiras, seguido por Libre com 12 e Unidad com 8, resultando em um Senado com um novo equilíbrio de forças.
A derrota do MAS é representativa de um fim simbólico de uma era que teve início em 2006, quando Evo Morales assumiu a presidência. O partido, que outrora dominava o cenário político, viu seu poder diminuído ao longo dos anos, enfrentando crises internas e desafios políticos que minaram sua posição.
A vitória do PDC não é apenas um acontecimento local, mas ressalta um realinhamento político na América do Sul. Com essa mudança, o número de países sob a liderança de governos de esquerda caiu de nove para oito, enquanto os que são governados por forças de direita aumentaram de três para quatro. Este movimento sinaliza uma transformação nas dinâmicas ideológicas do continente, refletindo uma busca por novas diretrizes e abordagens em resposta às demandas sociais e políticas que têm emergido nas últimas décadas. O cenário boliviano se mostra, portanto, um reflexo de um processo mais amplo de mudanças que reverberam por toda a região.