Representantes de autoescolas procuraram o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para pedir apoio contra o fim das aulas obrigatórias para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A medida foi sugerida pelo ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), e vem provocando forte reação do setor em todo o país.
De acordo com a Associação Brasileira das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores (Abrauto), mais de 80% dos estabelecimentos já relatam queda expressiva no faturamento desde que a proposta começou a ser debatida publicamente.
A reunião ocorreu em Brasília e foi interpretada como mais um capítulo da disputa política entre os dois principais líderes de Alagoas: Renan Filho, que comanda a pasta dos Transportes no governo Lula, e Arthur Lira, que tenta recuperar protagonismo após deixar a presidência da Câmara.
A Abrauto argumenta que o fim das aulas obrigatórias — teóricas e práticas — representaria risco à segurança no trânsito e agravaria a precarização do ensino de direção. Para o setor, a proposta desvaloriza a formação técnica dos condutores e pode aumentar o número de acidentes.
O Ministério dos Transportes, por sua vez, defende que o objetivo da mudança é simplificar e baratear o processo de habilitação, reduzindo custos para os cidadãos e burocracia nas etapas do exame. O tema, no entanto, ganhou contornos políticos, já que Lira vem se posicionando publicamente como contraponto a Renan Filho em pautas de impacto popular, como transporte e mobilidade.
Com a mobilização das autoescolas e o apoio de Lira, a proposta deverá enfrentar resistência no Congresso caso avance como projeto de lei ou decreto regulamentar.
