A situação crítica do Rio Paraguai tem gerado preocupações significativas entre as comunidades ribeirinhas e os setores econômicos dependentes do recurso hídrico, como a pesca e o turismo, pilares essenciais para a subsistência local. A drástica redução do nível das águas resultou na limitação da navegação, impactando diretamente a visitação ao Pantanal, um dos destinos turísticos mais famosos do Brasil. Além disso, pescadores têm enfrentado uma diminuição alarmante na captura de peixes, intensificando os desafios relacionados à insegurança alimentar em áreas que já lidam com tais questões.
Apesar da necessidade de um nível mínimo para a navegação e o abastecimento das comunidades, o leito do rio ainda preserva, por suas características geológicas, cerca de 5 metros de profundidade em pontos específicos, como em Ladário. Essa condição, se por um lado permite alguma atividade, por outro, é insuficiente para garantir a recuperação plena do ecossistema local.
Especialistas alertam que mesmo com o incremento das chuvas, a recuperação do rio pode se revelar limitada frente a fatores climáticos adversos e ações humanas que vêm agravando a degradação ambiental no Pantanal. De acordo com Yanna Fernanda, secretária-executiva do Instituto Homem Pantaneiro, as intervenções antrópicas têm acentuado esse problema, enquanto as variações climáticas mantêm o bioma em uma situação precária. Com isso, o futuro do Pantanal, um dos ecossistemas mais frágeis do planeta, continua incerto, exigindo atenção e ações preventivas urgentes.