Até o momento, apenas o MDB havia indicado seus dois nomes para compor a comissão, totalizando nove senadores dos 11 parlamentares titulares que devem participar dos trabalhos. A resistência à iniciativa é grande dentro do Congresso e do governo, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o governo manifestando oposição à investigação.
A CPI tem como objetivo investigar a Braskem, empresa responsável por minas de extração de sal-gema que ameaçam desabar em Maceió. O prefeito João Henrique Caldas decretou estado de emergência por 180 dias na cidade em 30 de novembro, e uma decisão judicial determinou a saída de 27 famílias de áreas consideradas de risco. Desde 2018, mais de 50 mil pessoas já precisaram deixar suas residências devido ao problema.
Antes da abertura da CPI, Renan Calheiros se encontrará com aliados no gabinete do senador Omar Aziz (PSD-AM) para articular as estratégias a serem adotadas durante a comissão. A iniciativa também pode respingar na Petrobras, que é uma das acionistas da Braskem.
A leitura do texto de abertura da CPI no plenário da casa pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em 24 de outubro, deu início aos procedimentos, mas os trabalhos não começaram devido à falta de definição dos integrantes. O governo considera a CPI inoportuna, especialmente com as pautas econômicas travadas no Senado. No entanto, a comissão deve se debruçar sobre os impactos da extração de sal-gema em Maceió e o acordo feito pela Braskem com a prefeitura da cidade. O desenrolar dos acontecimentos durante a CPI da Braskem promete ser um tema relevante nos próximos dias.