Segundo projeções, o México poderá registrar um total de aproximadamente US$ 61,81 bilhões, o que representa uma diminuição de quase US$ 3 bilhões em relação ao ano anterior. Este fenômeno é inédito e ocorre em um quadro de declínio contínuo, que já soma seis meses, situação rara desde 2012. Especialistas observam que a retração nas remessas está vinculada a um “efeito base” estatístico — decorrente dos picos excepcionais em 2024, em parte resultantes da desvalorização do peso mexicano. Além disso, a força de trabalho mexicana nos Estados Unidos tem diminuído 1,2%, reflexo das rigorosas políticas de imigração adotadas em Washington.
Outro fator preocupante para o México é a mudança no perfil de emprego de seus cidadãos nos Estados Unidos, que migraram de empregos em tempo integral para posições em meio período. Essa transição, por sua vez, limita a capacidade de envio de recursos para o país de origem. Apesar da desvalorização do peso, o efeito sobre as famílias deve ser moderado, uma vez que a inflação controlada ajudará a minimizar a queda do poder de compra das remessas em moeda local.
Em contrapartida, a América Central se destaca como o motor do crescimento das remessas, projetando uma expansão de 20,4%, superando US$ 55 bilhões. Países como Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicarágua estão à frente desse crescimento, impulsionados por migrantes que aumentaram suas economias e jornadas de trabalho.
Na América do Sul, a expectativa é igualmente positiva, com um crescimento estimado em 10,9% e cerca de US$ 36,3 bilhões previstos, com Equador e Colômbia se destacando. O Caribe, por sua vez, também mostra resultados animadores, com uma alta de 9,2%, principalmente impulsionada pelos fluxos provenientes da República Dominicana e do Haiti.
Entretanto, é importante notar que, apesar do total recorde projetado, há indícios de que as estratégias que sustentaram esse crescimento — como o uso de poupança e a realização de trabalhos extras — podem não ser sustentáveis a longo prazo. Isso sugere que a região pode se preparar para uma fase de crescimento mais cauteloso a partir de 2026. Fundamentalmente, as remessas continuam a servir como uma rede de proteção social vital, evitando que milhões de pessoas, especialmente no México, entrem em situações de pobreza profunda.









