Relatório revela que CIA utilizou informações “tendenciosas” sobre interferência russa nas eleições de 2016 para apoiar alegações a favor de Donald Trump contra Hillary Clinton.

Um recente relatório do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos EUA, datado de 2020, trouxe à tona controvérsias em torno da alegada interferência russa nas eleições presidenciais americanas de 2016. O documento revela que a CIA utilizou informações que podem ser consideradas “tendenciosas” e “implausíveis” em suas avaliações sobre a suposta preferência da Rússia por Donald Trump em detrimento de Hillary Clinton.

Segundo o relatório, o então diretor da CIA, John Brennan, emitiu a ordem para a publicação de 15 relatórios posteriores à eleição, que continham dados de inteligência anteriormente coletados, mas não divulgados. Destes, três relatórios foram categorizados como de baixa qualidade, apresentando informações pouco claras e de origem incerta. Esses relatos questionáveis foram usados como alicerce para a conclusão da Avaliação da Comunidade de Inteligência, que afirmava que o presidente russo, Vladimir Putin, tinha uma inclinação em apoiar Trump nas eleições.

O documento ainda revela que a Avaliação da Comunidade de Inteligência, divulgada em 6 de janeiro de 2017, distorceu informações e negligenciou falhas significativas, deixando de considerar dados confiáveis que contradiziam a narrativa de uma suposta intervenção russa a favor de Trump. O relatório afirma que a ICA não explorou outras explicações plausíveis sobre as intenções de Putin, mesmo diante de evidências observadas.

A diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, declarou que as autoridades americanas possuem evidências suficientes para potencialmente acusar membros do governo Obama por fabricarem informações sobre a interferência russa. Gabbard, em suas declarações, levantou questionamentos sobre a veracidade das avaliações produzidas pela comunidade de inteligência nos meses anteriores à conclusão oficial.

Recentemente, o próprio Donald Trump exigiu severas consequências para os responsáveis por essa suposta conspiração, direcionando sua crítica principalmente ao ex-presidente Obama. Trump enfatizou a necessidade de responsabilizar seu antecessor diante do Departamento de Justiça, afirmando que houve uma tentativa deliberada de manipular os resultados eleitorais de 2016.

Por outro lado, o governo russo constantemente negou as alegações de interferência nas eleições americanas. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou as acusações de “absolutamente infundadas”, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, reiterou que não existem fatos que sustentem essa narrativa, apontando para uma falta de evidências concretas sobre a suposta ingerência russa em diversos pleitos fora de suas fronteiras. A complexa teia de alegações acirra o debate sobre a integridade do processo eleitoral e a influência de potências estrangeiras nas democracias ocidentais.

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