Os detalhes do plano foram encontrados em um documento chamado “Desenho Op Luneta.xlsx”, descoberto em um pen drive que pertencia ao tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, que foi preso durante a operação Contragolpe. O relatório menciona que a operação visava a “prisão preventiva dos juízes supremos considerados geradores de instabilidade”, apontando para uma estratégia que, caso implementada, poderia levar à derrocada das instituições democráticas e ao colapso do Estado de Direito.
A Polícia Federal também destaca que essas intenções são evidências contundentes de uma conspiração golpista. Após a prisão dos ministros do STF, o plano preveria a criação de um gabinete de crise para restaurar a “legalidade e estabilidade institucional” no país. Essa inusitada proposta de ações extremas reflete uma profunda crise de legitimidade e respeito pelas instituições democráticas que, por muito tempo, foram pilares da sociedade brasileira.
Ainda mais alarmante, o relatório inclui um plano escrito à mão, encontrado no gabinete do Partido Liberal, que tem o objetivo explícito de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Este documento, denominado Operação 142, sugeria táticas desde a anulação das eleições até a mobilização de tropas militares, referindo-se ao uso do artigo 142 da Constituição como um pretexto para intervenção militar. O documento também afirmava, de maneira explícita, que “Lula não sobe a rampa”, indicando uma estratégia clara para interromper a transição de poder.
Segundo a PF, o plano começou com uma análise das supostas arbitrariedades do Judiciário desde 2019 e progrediria para uma militarização do processo político, incluindo discursos em mídias de massa e a supervisão da transição. Ao final, o objetivo seria a efetivação de uma intervenção militar que impediria Lula de assumir a presidência.
Esses detalhes não apenas revelam um lado sombrio do jogo político no Brasil, mas também levantam questões sobre a segurança das instituições democráticas e a defesa do Estado de Direito em um momento de vulnerabilidade política. A situação exige vigilância e ação robusta por parte de todos os setores da sociedade para garantir que tais tentativas de subversão não se concretizem.