O Departamento de Estado afirmou que, devido à natureza do conflito em Gaza, torna-se difícil chegar a conclusões definitivas sobre incidentes individuais. No entanto, o relatório sugere que armas dos EUA, incluídas no Memorando de Segurança Nacional nº 20, foram utilizadas por Israel de maneira inconsistente com as leis humanitárias internacionais.
O diretor do relatório destacou que ataques aéreos israelenses afetaram civis e locais civis sem relação com operações humanitárias, levantando questões sobre o cumprimento das obrigações legais de Israel. O documento também menciona dificuldades na entrega de ajuda humanitária em Gaza, sem confirmar se Israel está deliberadamente impedindo o transporte ou a entrega dessa assistência.
O relatório, entregue ao Congresso, chega em um momento delicado para o governo de Joe Biden, que busca equilibrar o apoio a Israel com as preocupações crescentes sobre possíveis abusos cometidos durante a guerra em Gaza. Recentemente, os EUA suspenderam o envio de bombas usadas em ataques aéreos em Gaza, e Biden manifestou a intenção de não enviar mais armas se ocorrer uma operação em grande escala em Rafah.
As críticas de Biden às ações de Israel geraram reações no governo israelense, com acusações de que o presidente dos EUA estaria agindo em favor do Hamas. Benjamin Netanyahu defendeu a posição de Israel e afirmou a necessidade de proteger o país, inclusive derrotando o Hamas.
O relatório do Departamento de Estado lança luz sobre as complexidades do conflito em Gaza e as tensões envolvendo a venda de armas para Israel, colocando em cheque a postura dos EUA diante da situação. A discussão em torno do uso de armas americanas durante o conflito e a possível suspensão das vendas continuam a ser temas sensíveis e controversos no cenário internacional.