Segundo o documento, 82% dos casos registraram emprego de desaparecimentos forçados de curta duração, evidenciando um padrão preocupante de repressão política. Dentre as detenções, 18 correspondem a militantes do partido Vem Venezuela, liderado por María Corina Machado, que foi inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos, mesmo após ter vencido as primárias da oposição com ampla margem de votos.
Além disso, diversos casos envolvem integrantes de outros partidos políticos opositores, que foram presos sob a acusação de prestar serviços ou vender bens a membros da oposição durante atividades políticas e viagens pelo país. As denúncias de perseguição e ameaças contra membros e ativistas de campanha têm se intensificado, conforme relatado por Edmundo González Urrutia, candidato apoiado por María Corina.
A repressão estendeu-se também a políticos locais, com 12 inabilitações políticas de prefeitos que manifestaram apoio a González Urrutia, além de duas destituições de vereadores. A polícia venezuelana chegou a tentar prender o prefeito Franco Gerratana, do município de Ortiz, resultando em protestos e resistência por parte de seus apoiadores.
Diante do agravamento da situação, a ONG registrou o fechamento e inspeção de aproximadamente 16 estabelecimentos que prestavam serviços à equipe de María Corina Machado, incluindo hotéis e restaurantes. Enquanto a oposição acusa o governo de conspiração e violência, as autoridades venezuelanas atribuem tais ações a planos orquestrados pela aliada de María Corina, Magalli Meda, refugiada na embaixada da Argentina juntamente com outros colaboradores.
Até o momento, a Venezuela contabiliza 282 casos de “presos políticos”, conforme dados do Foro Penal, evidenciando um preocupante retrocesso democrático e a constante violação dos direitos humanos no país. A repressão política e a perseguição a opositores continuam a crescer, lançando sombras sobre o processo eleitoral e a garantia de um pleito transparente e justo.