Paulinho foi claro ao afirmar que o projeto ainda está em fase de elaboração e não possui um rascunho estruturado. Contudo, enfatizou que a proposta não deve causar tensões com a Suprema Corte, visto que anistias foram consideradas inconstitucionais em ações anteriores. Ele argumentou que a iniciativa pretende, na verdade, alterar o Código Penal, visando uma redução nas penas relacionadas a crimes como o golpe de Estado e a abolição violenta do Estado democrático de direito.
A proposta de Paulinho gera divisão dentro do próprio Congresso. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e membros do Centrão se opõem a uma flexibilização das penas, o que indica um embate político significativo nas próximas fases do debate legislativo. O relator, por sua vez, deixou claro que indivíduos que atacaram a democracia não serão beneficiados pela nova legislação, embora muitos vejam sua proposta como uma tentativa de amenizar as penalidades aplicadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O deputado justificou que, segundo sua interpretação, Bolsonaro não teria cometido ações violentas diretas na sua condenação, que soma 27 anos e 3 meses de prisão.
Ao olhar para o cenário político, a proposta de Paulinho toca em questões sensíveis da justiça e da democracia no Brasil. As repercussões das suas afirmações e da condução desta proposta deverão ser acompanhadas de perto, especialmente no que diz respeito ao impacto nas eleições futuras e à relação entre os poderes judiciário e legislativo do país. A dinâmica desse debate pode influenciar significativamente a forma como a justiça é aplicada a figuras políticas e a narrativa sobre a proteção da democracia no Brasil.