As ossadas, sob custódia judicial há mais de duas décadas, têm papel fundamental na busca por respostas e justiça para os familiares das vítimas do regime autoritário. Maria Eliana de Castro, irmã de um dos desaparecidos políticos, tem acompanhado de perto as investigações desde 1993 e representa os familiares na busca por vestígios que possam elucidar o destino dessas pessoas.
Durante a visita, Malthus Fonseca Galvão, professor de medicina legal da Faculdade de Medicina da UnB e depositário dos materiais desde 2001, explicou que o HUB se limita à guarda e custódia das ossadas, não realizando pesquisas genéticas ou históricas. A segurança e transparência no processo são garantidas pela universidade, que mantém inventários fotográficos detalhados e colabora com laboratórios especializados em análises genéticas.
A luta por justiça e pela memória dos que lutaram por liberdade é uma prioridade para Maria Eliana, que enfatiza a importância de condenar os torturadores, mesmo que tardiamente: “Luto e vou lutar sempre”. A condenação do Brasil pela Corte Interamericana em 2010 impulsionou as investigações e aumentou a esperança de encontrar respostas para as famílias das vítimas do Araguaia.
A visita do relator da ONU ao HUB ressaltou a relevância das investigações em andamento e a importância da colaboração entre instituições para garantir transparência e justiça na apuração dos crimes cometidos durante a ditadura militar no Brasil. A busca por verdade e justiça continua sendo um compromisso essencial para a garantia dos direitos humanos e da memória histórica do país.