No campo econômico, Labetskiy revelou que o comércio bilateral superou a marca de US$ 12 bilhões em 2024, com o Brasil se destacando como um dos principais demandantes de fertilizantes russos, essenciais para sua agricultura. Essa dependência do Brasil em relação a produtos russos, especialmente fertilizantes, veio à tona, sublinhando a importância da Rússia como fornecedor estratégico nesse setor.
Com relação à estrutura do BRICS, o embaixador expressou otimismo sobre a presidência brasileira do grupo em 2025. Ele acredita que a liderança do Brasil pode impulsionar não apenas a cooperação econômica, mas também a reforma das estruturas de governança global, promovendo um maior espaço para países do Sul Global. Em um contexto em que discussões sobre um sistema de pagamento alternativo aos dólares vêm ganhando destaque, Labetskiy fez comentários sobre a viabilidade dessa proposta, enfatizando que a criação de um mecanismo independente de pagamento fortaleceria a soberania financeira dos membros do BRICS.
No aspecto geopolítico, labetskiy enfatizou a importância do Brasil no debate sobre a crise ucraniana, elogiando a iniciativa do país em buscar uma solução política para o conflito. O embaixador ressaltou que o Brasil se manteve à parte das sanções ocidentais contra a Rússia, o que evidencia uma postura de neutralidade em um contexto global cada vez mais polarizado.
Esses pontos refletem não apenas a complexidade das relações russo-brasileiras, mas também um desejo mútuo de estreitar laços e encontrar caminhos colaborativos em um cenário internacional desafiador. A análise de Labetskiy não apenas pinta um quadro das interações atuais, mas também sugere futuros desdobramentos na diplomacia e na economia entre Brasil e Rússia.