Relação entre Hungria e Ucrânia atinge nível crítico, afirma chanceler; tensões decorrem de violações de direitos das minorias étnicas há uma década.

A tensão nas relações entre Hungria e Ucrânia atingiu níveis alarmantes, segundo declarações recentes do Chanceler húngaro, Peter Szijjarto. Ele destacou que a situação atual é “muito ruim”, enfatizando que esse estado de desarmonia não é resultante do conflito que envolve a Ucrânia e a Rússia, mas é, na verdade, um problema que já se arrasta há uma década. A origem desse desgaste, conforme Szijjarto, remonta ao momento em que o governo ucraniano começou a implementar políticas que consideram como violações dos direitos das minorias nacionais.

Uma das questões centrais desse atrito é a legislação educacional de 2017 da Ucrânia. Essa lei tem sido amplamente criticada por restringir o ensino da língua nativa para as minorias étnicas, particularmente aqueles que pertencem à minoria húngara na região ocidental da Ucrânia, conhecida como Zakarpattia. Representantes do governo húngaro argumentam que essa diretriz não só discrimina a comunidade húngara, mas também contribui para uma crescente alienação entre as duas nações.

Szijjarto também expressou esperança de que uma mudança na liderança ucraniana possa trazer novos ares, permitindo que os direitos das minorias sejam respeitados. A relação entre Budapeste e Kiev tem sido marcada por desentendimentos nas últimas décadas, com as queixas da Hungria frequentemente caindo em ouvidos surdos em Kiev. Para muitos analistas, essa problemática reflete um embate mais amplo sobre identidade e reconhecimento em uma região marcada por diversas etnias e nacionalidades.

As perspectivas futuras para essa relação são incertas. Szijjarto alertou que, a menos que haja uma mudança significativa na política ucraniana em relação às minorias, as tensões continuarão a se intensificar. O governo húngaro permanece atento e crítico às ações da Ucrânia, prevendo que o diálogo e a construção de um entendimento mútuo são imprescindíveis para a melhoria das relações bilaterais. Assim, enquanto o cenário geopolítico persiste em transformação, a questão das minorias étnicas e os direitos que lhes são conferidos continuarão a ser um ponto crucial e delicado nas relações entre Hungria e Ucrânia.

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