A nova legislação, chamada de “Adultos Terminalmente Doentes (Fim da Vida)”, estabelece que adultos com doenças terminais e que tenham uma expectativa de vida de seis meses ou menos poderão elencar a opção de encerrar suas vidas com assistência médica. A proposta avança no sentido de alinhar o Reino Unido a nações como Austrália e Canadá, onde a morte assistida já é uma realidade.
Defensores do projeto argumentam que tal medida oferece dignidade e compaixão a indivíduos que enfrentam sofrimentos intensos e prolongados. No entanto, a aprovação também suscita preocupações de que indivíduos vulneráveis possam sentir pressão para optar pela morte assistida, medo que é reforçado por algumas narrativas sobre pessoas que temem ser um fardo para suas famílias.
Agora, o projeto seguirá para análise da Câmara dos Lordes, que poderá levar meses. Embora os membros da câmara alta tenham a prerrogativa de sugerir emendas, é provável que resistam em bloquear uma legislação já aprovada por representantes eleitos. O governo, liderado pelo primeiro-ministro Keir Starmer, adotou uma postura neutra, permitindo que os parlamentares votem conforme suas crenças pessoais.
Pesquisas indicam que uma maioria da população britânica é favorável à morte assistida. A votação foi precedida por um intenso debate no qual muitos parlamentares compartilharam experiências pessoais que refletiam as complexidades do tema.
Este movimento legislativo ocorre uma década após a última rejeição de um projeto similar no Parlamento. No passado, havia um sistema que exigia aprovação judicial para a morte assistida, substituído por um modelo que introduz um painel de avaliação, o que, segundo críticos, pode enfraquecer as salvaguardas necessárias.
A deputada trabalhista responsável pela proposição, Kim Leadbeater, defendeu que a legislação ainda garantiria uma das mais robustas proteções no mundo contra a coação de pessoas em situações vulneráveis.
Nas proximidades do Parlamento, centenas de manifestantes, tanto favoráveis quanto opostos à legislação, se reuniram para acompanhar a votação. Enquanto alguns seguravam cartazes com mensagens que reivindicavam o direito de escolha, outros clamavam por alternativas que priorizassem o cuidado e o suporte aos doentes. O desfecho dessa história ainda está longe de ser definido, à medida que a discussão sobre a morte assistida continua a evoluir no cenário britânico.