Durante a reunião, Bezerra ouviu atentamente as preocupações dos produtores rurais e assegurou que levaria todas as demandas ao conhecimento da bancada federal de Alagoas. Em seu pronunciamento, ele destacou o impacto significativo que a homologação pode causar às famílias locais, em sua maioria pequenas produtoras de alimentos como banana, macaxeira, além de criadores de aves e ovinos. Para Bezerra, o presidente Lula deve considerar a especificidade da situação em Palmeira dos Índios, que ele descreveu como um “erro histórico” caso a demarcação seja levada adiante. “Aqui, temos famílias que estão há mais de um século vivendo e trabalhando nessas terras, e isso não pode ser desconsiderado,” argumentou.
A demarcação prevê a inclusão de cerca de 7 mil hectares, correspondente a um terço do território do município. Esse ato, segundo relatos, afetaria diretamente mais de 10 mil pessoas que dependem exclusivamente da agricultura para sobreviver. Bezerra expressou sua preocupação sobre as consequências negativas que a medida poderia gerar, ressaltando que a retirada de mais de duas mil famílias de suas terras representaria uma crise política, econômica e social para a região.
Com esse primeiro encontro, Bezerra destacou que pretende conduzir outras reuniões no futuro para continuar dando voz à população rural de Palmeira dos Índios e para reforçar o pedido de reavaliação da situação à administração federal. “Precisamos unir forças para mostrar que a nossa realidade é única e precisa ser analisada cuidadosamente pelo governo,” concluiu.
O movimento agrícola em Palmeira dos Índios segue atento aos desdobramentos dessa questão, e os pequenos produtores se mantêm organizados em busca de soluções que não comprometam suas condições de vida e trabalho.