Reguladores federais reduzem exigências de capital para grandes bancos dos EUA após pressão dos CEOs, mudando equilíbrio de poder.

O Federal Reserve (Fed) e outros reguladores federais estão avançando em direção a um plano que reduziria de forma significativa um aumento obrigatório de capital exigido para os maiores bancos dos Estados Unidos, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto. Os aumentos de capital, que estão em foco para instituições como JPMorgan e Goldman Sachs, com o objetivo de garantir reservas suficientes para absorver potenciais perdas, seriam reduzidos pela metade em relação ao que foi originalmente proposto.

Essa possível mudança é vista como uma grande vitória para os bancos, que argumentam que as regras propostas teriam impactado negativamente nos lucros e na capacidade de fazer empréstimos. Além disso, representa uma mudança no equilíbrio de poder entre os grandes bancos e os órgãos reguladores, marcando o fim de uma era em que o Fed tinha maior influência.

Em uma reunião realizada em Washington no ano passado, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, encorajou líderes de outros bancos a ignorarem Michael Barr, vice-presidente do banco central responsável pela supervisão bancária e principal idealizador do plano original. Dimon incentivou seus colegas a pressionarem outros líderes do Fed, especialmente o presidente Jerome Powell, para alterarem as regras propostas de capital.

Os banqueiros esperam aproveitar as divergências internas dentro do Fed para atingir seus objetivos. Dimon criticou a proposta de Barr como “falha e mal calibrada” e pediu publicamente que outros líderes do Fed se manifestassem a respeito. A relação dos bancos com os reguladores tem sido alvo de frustração, conforme expressado por Dimon em sua carta anual aos acionistas, onde mencionou que se tornaram menos construtivas.

Os CEOs dos maiores bancos dos EUA se reuniram com Powell várias vezes entre julho e março, conforme consta no calendário público do banqueiro central, incluindo quatro encontros ou chamadas com Dimon. Em contrapartida, Barr teve 15 reuniões com os CEOs dos maiores bancos no mesmo período, além de encontros com Dimon em abril e maio, de acordo com um porta-voz do Fed.

Esta potencial mudança nas regras de capital para os maiores bancos dos EUA reflete uma dinâmica de conflito e negociação entre os interesses dos bancos e as diretrizes dos órgãos reguladores, sinalizando uma nova fase nas relações entre o setor financeiro e as autoridades reguladoras.

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