Redes Sociais: Novas Armas da Geopolítica e Seus Impactos na Identidade Individual



As redes sociais, que inicialmente serviram como meros canais de interação, evoluíram para se tornarem instrumentos complexos e estratégicos no cenário da geopolítica contemporânea. Em uma análise recente no podcast Mundioka, especialistas discutiram o impacto dessas plataformas no cenário global, destacando sua relevância para a coleta de dados e disseminação de informações.

Lucas Mendes, professor de geopolítica da PUC Minas, enfatizou que o controle dos algoritmos que regem plataformas como TikTok, Instagram e X (anteriormente conhecido como Twitter) é tão crucial quanto a liderança militar. Para Mendes, essas redes são “armas no campo da geopolítica”, não no sentido convencional, mas como ferramentas multifuncionais utilizadas para manipular opiniões públicas e distribuir desinformação.

Na luta por influência mundial, Estados Unidos e China se destacam. Enquanto os EUA mantêm o domínio por meio de gigantes como Meta, a China avança de forma astuta com o TikTok. Mendes destacou que a ascensão do TikTok nos EUA provocou uma reação do governo americano, que impôs restrições ao uso da plataforma em dispositivos governamentais e cogita forçar a venda da operação americana. Esse cenário revela um conflito latente entre o discurso liberal da liberdade de expressão e a necessidade de defesa da soberania digital.

Num momento histórico crítico, Mendes observou que o TikTok se tornou a rede social mais utilizada nos Estados Unidos, o que representa uma contradição em meio à rivalidade entre as duas potências. Embora a influência dos EUA nas redes sociais ainda seja a maior, o crescimento controlado da China reflete uma estratégia de proteção contra influências externas.

Além das dinâmicas geopolíticas, a psicóloga Adriana Borba Wannstock apresentou uma perspectiva sobre a superexposição digital e suas implicações para a formação da identidade. Segundo ela, as redes sociais impactam profundamente a forma como os indivíduos se veem, enfatizando que as relações tornaram-se unilaterais, afetadas pela influência constante da tecnologia.

A falta de espaços para a introspecção, como momentos de ócio, gera um empobrecimento emocional e impede o desenvolvimento de habilidades essenciais para lidar com frustrações. Isso resulta em um aumento preocupante dos quadros de ansiedade e depressão, principalmente entre as novas gerações.

Em resumo, o panorama das redes sociais transcende o mero entretenimento, desdobrando-se em complexas interações que moldam não apenas a opinião pública, mas também a saúde emocional das sociedades contemporâneas. O debate em torno desses temas continua a ser fundamental diante de um mundo cada vez mais digitalizado e interconectado.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo