A atualização das regras da empresa liderada por Elon Musk foi feita sem alarde, com a exclusão do Brasil da lista de países onde esse tipo de publicidade era permitida. Segundo informações do arquivo on-line “Wayback Machine”, o Brasil estava incluído nessa lista até a última segunda-feira. A mudança não passou despercebida pelo jornalismo, sendo pauta de publicações como o jornal ‘Folha de S.Paulo’ e confirmada pelo O GLOBO.
Os anúncios políticos proibidos pela rede social X incluem referências a candidatos, partidos, servidores eleitos, eleições, entre outros temas relacionados à política. Campanhas que solicitam votos, apoio financeiro a candidaturas ou se posicionam a favor ou contra políticos/partidos também já eram vetadas na plataforma.
O TSE aprovou uma resolução em fevereiro que exige das plataformas um maior controle das campanhas publicitárias pagas por políticos, delegando a elas a responsabilidade de alimentar um repositório com informações em tempo real. As empresas de tecnologia têm agora 60 dias, a partir de 1º de março, para se adequarem às novas regras.
O Google justificou sua decisão de abrir mão dos lucros gerados pela publicidade política devido à inviabilidade de moderar tantos anúncios em uma eleição que abrange mais de 5 mil municípios. Já a rede social X não explicou os motivos para suspender as campanhas políticas em sua plataforma. A relação conturbada entre o dono da rede social e o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, também foi destacada, com Elon Musk chamando o magistrado de “ditador brutal” e defendendo sua renúncia ou impeachment.
Diante do cenário de incerteza sobre o impacto da restrição de anúncios pagos na internet, especialistas apontam que as campanhas nas redes sociais podem ser cruciais para candidatos menos conhecidos competirem nas eleições. O marqueteiro político Paulo Vasconcelos destacou a importância das redes sociais para nivelar a disputa eleitoral e expressou preocupação com o “silêncio perturbador” que pode ocorrer até o início da veiculação de propagandas eleitorais permitidas a partir de 16 de agosto.