As hostilidades resultaram em consequências trágicas, incluindo a morte de três soldados malawianos integrante de missões de paz na RDC. Esses soldados eram parte da Missão de Desenvolvimento da Comunidade da África Austral (SAMIDRC), uma operação regional criada para estabilizar as províncias de Kivu do Norte. A escalada de violência não se limita a Sake; a cidade de Goma, a capital da província, também enfrenta os impactos diretos das atividades do M23, que tem intensificado suas ações armadas desde o início da semana. Tal situação precipitou um colapso nos serviços básicos, como eletricidade, telefonia móvel e abastecimento de água, deixando a população local em dificuldades extremas.
O M23, que conta com o apoio da minoria étnica tutsi, havia sido desmantelado em 2013, após uma derrota militar significativa. No entanto, o grupo ressurgiu em 2021, alegando que o governo não cumpriu acordos que permitiriam a reintegração de ex-combatentes no Exército congolês. Em meados de 2022, a tensão na região levou a uma cúpula entre os presidentes da RDC e de Ruanda, onde foram discutidas possíveis soluções para a crise. Durante o encontro, acusaram-se mutuamente de apoiar as hostilidades, mas o presidente congolês, Félix Tshisekedi, propôs um plano para uma cessação imediata das hostilidades e retirada dos rebeldes, o qual, segundo relatos, não foi aceito pelo M23.
A complexidade da situação em Sake e em outras áreas da RDC é um reflexo de décadas de violência, instabilidade e conflitos étnicos, que tornam o país uma das regiões mais desafiadoras do mundo em termos de segurança e governança. A continuidade dos combates e a ineficácia das negociações levantam questões sobre o futuro da paz na República Democrática do Congo.