O envolvimento de Maxwell no crime foi revelado durante a delação premiada de Elcio Queiroz. O ex-bombeiro encontra-se atualmente em um presídio federal em Brasília e participou da audiência por meio de videoconferência. Por sua vez, Elcio prestou seu depoimento também por videoconferência, contando detalhadamente a dinâmica do assassinato e as providências tomadas por ele e os demais envolvidos para se livrarem do carro e quaisquer outros vestígios. Elcio confirmou que Maxwell foi o responsável por entregar o veículo Cobalt utilizado no crime para Ronnie, além de guardar os celulares de ambos para evitar rastreamento.
A primeira audiência contou com o depoimento das testemunhas de acusação. A viúva de Marielle, a vereadora Mônica Benício, emocionou-se ao falar e afirmou desconhecer se a companheira recebia ameaças relacionadas à sua atuação política. Ágatha Reis, esposa de Anderson Gomes, relatou que seu marido trabalhava há dois meses com a então vereadora e nunca mencionou preocupação com a segurança.
Fernanda Gonçalves, assessora de Marielle que estava no carro no momento do ataque e sobreviveu, também afirmou que a ex-vereadora nunca mencionou ameaças ou demonstrou preocupação com a própria segurança.
O delegado Giniton Lages, responsável pela investigação, revelou que uma denúncia anônima levou os investigadores aos nomes de Ronnie Lessa e Maxwell, e que o uso de dados telemáticos, como interceptações telefônicas, confirmou a participação dos dois no crime. Além disso, foram ouvidos um policial civil e dois policiais federais durante a audiência.
O interrogatório de Maxwell e das testemunhas de defesa está marcado para o dia primeiro de dezembro. Até o momento, não foi possível estabelecer contato com a defesa dos acusados.
É importante ressaltar que as informações apresentadas neste texto são baseadas nos relatos da primeira audiência de instrução no processo do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, porém, a fonte original não foi citada.