Proposta polêmica: reality show de cidadania americana em análise
O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos está estudando uma proposta inusitada de um reality show, no qual imigrantes competiriam por um cobiçado prêmio: a cidadania americana. Os desafios do programa, conforme declarado por Tricia McLaughlin, porta-voz do departamento, estariam enraizados em tradições e costumes típicos dos EUA, embora a ideia ainda esteja em sua fase inicial de análise e não tenha obtido a aprovação da secretária Kristi Noem.
De acordo com detalhes da proposta, cada episódio contaria com diferentes tipos de desafios, como “desafios de herança cultural”, “desafios de eliminação”, reuniões em assembleia e uma votação final. A trama inicial sugere que doze participantes chegariam à emblemática Ilha Ellis, em Nova York, e posteriormente viajariam pelo país em um trem chamado “The American”, um título que remete à própria essência do sonho americano.
Os concorrentes enfrentariam diversas provas inspiradas na cultura e na história dos Estados Unidos. Entre as atividades propostas estão garimpar ouro em San Francisco, participar de um desafio de equilíbrio sobre troncos em Wisconsin e montar o chassi de um icônico Ford Modelo T em Detroit. O episódio culminaria com a naturalização do “vencedor” nos degraus do Capitólio, em Washington.
Rob Worsoff, o criador do projeto, se inspirou durante seu próprio processo de naturalização. Ele defende que o programa tem o objetivo de promover uma discussão nacional sobre os valores associados a ser americano e de celebrar o orgulho da cidadania. Worsoff enfatiza que ninguém perderia seu status de imigração ou enfrentaria deportação devido à participação no programa. “O foco será dar voz e rosto às histórias de vida desses indivíduos, mostrando suas jornadas de maneira humanitária”, afirmou.
Apesar da natureza lúdica da proposta, um aspecto controverso se faz presente: Worsoff rejeitou a comparação com conceitos de competição extrema, como em “Jogos Vorazes”, assegurando que o show não busca penalizar os participantes. Além disso, a viabilidade do projeto dependerá do interesse das emissoras de televisão e da disposição do Departamento de Segurança Interna em apoiar a iniciativa.
Sob a liderança de Kristi Noem, o departamento tem buscado inovações publicitárias e formatos apelativos para comunicar suas políticas, algo que já ocorreu anteriormente durante o governo de Donald Trump com a colaboração em produções audiovisuais relacionadas à imigração. Com a proposta do reality show, continuará em pauta o debate sobre a intersecção entre cultura popular e políticas de imigração nos Estados Unidos.