A influência do comportamento do câmbio até o início da tarde foi notada devido à disputa técnica pela formação da última taxa Ptax de 2023, que fechou em R$ 4,8413, apresentando uma queda de 1,91% em dezembro e de 7,21% no ano.
No cenário internacional, após dias de perdas devido à expectativa de que os juros nos Estados Unidos se aproximariam do início de um ciclo de queda, o dólar passou por um ajuste. Os Treasuries, que são os títulos de dois e dez anos, renovaram suas máximas, impulsionando o dólar.
Isso fez com que o real devolvesse parte dos ganhos dos últimos dias, atingindo a marca de R$ 4,8710 na máxima do pregão. As moedas de mercados exportadores de commodities foram as mais afetadas, devido à queda do petróleo e do minério de ferro.
A balança comercial brasileira teve um papel relevante na valorização do real em 2023. Até a primeira quinzena de dezembro, o saldo positivo no ano era de US$ 94,179 bilhões, resultado principalmente da supersafra agrícola do país.
Um economista-chefe do Instituto Internacional de Finanças (IIF), Robin Brooks, prevê que o Brasil se torne um país com excedente em conta corrente, citando o aumento maciço do excedente comercial como um fator determinante.
Outro motivo apontado por economistas é a atratividade da renda fixa local, apesar do processo de redução de juros pelo Banco Central. O IPCA-15, divulgado pelo IBGE, apresentou uma aceleração de 0,40% em dezembro, superando o consenso de 0,25%, o que desestimulou apostas no mercado de juros em relação à queda da Selic.
Em suma, o mercado cambial encerrou o ano de 2023 com algumas turbulências, mas o real conseguiu se valorizar em meio a fatores como a balança comercial favorável e a atratividade da renda fixa local. A expectativa para 2024 é de que esses fatores continuem influenciando o comportamento do dólar em relação ao real.