Reabertura do caso da morte de Juscelino Kubitschek gera controvérsias sobre acidente na Via Dutra durante ditadura militar.

O trágico acidente que vitimou o ex-presidente Juscelino Kubitschek e seu motorista, Geraldo Ribeiro, em 1976, durante a ditadura militar, volta a ser tema de discussão. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), anunciou a reabertura do caso, que será investigado pela Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos.

A decisão foi motivada por um laudo produzido pelo perito e engenheiro Sergio Ejzenberg em 2019, que apontou que o acidente não foi causado pela colisão do Opala em que estavam o motorista e o ex-presidente com um ônibus, antes de se chocar com uma carreta na Via Dutra.

Durante a ditadura militar, a versão oficial foi de que o acidente foi causado por uma tentativa de ultrapassagem. No entanto, a comissão busca esclarecer o que realmente aconteceu naquela trágica noite de 1976.

As comissões da verdade de Minas Gerais e São Paulo já concluíram que a morte de Juscelino Kubitschek foi resultado de um atentado promovido pelo governo militar. Entre as teorias levantadas estão sabotagem mecânica, envenenamento do motorista ou até mesmo um tiro que teria perdido o controle da direção do veículo.

É importante ressaltar que durante o período entre 1976 e 1977, outras figuras importantes da política brasileira faleceram em circunstâncias controversas, como o ex-presidente João Goulart, que teria sido vítima de um suposto ataque cardíaco, e o ex-governador Carlos Lacerda, que faleceu de infarto. Há suspeitas de que essas mortes tenham sido retaliações da ditadura militar contra tentativas de oposição pacífica ao regime.

A reabertura do caso de Juscelino Kubitschek traz à tona questionamentos sobre a veracidade dos acontecimentos daquela época sombria da história do Brasil. A busca por justiça e esclarecimento continua, mesmo décadas após os fatos terem ocorrido.

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