Esse cenário é especialmente intrigante quando se compara ao caso do empresário Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan, que foi declarado inelegível até 2028 por abuso de poder econômico. Enquanto Hang enfrentou uma sanção severa devido à utilização de sua estrutura empresarial em benefício de candidatos durante as eleições municipais de 2020, Oruam não é acusado de crimes que se relacionem diretamente ao processo eleitoral. Assim, o artista mantém seus direitos políticos intactos, ressaltando como diferentes tipos de infrações podem levar a consequências jurídicas muito distintas.
Juristas explicam que somente condenações por crimes eleitorais ou sentenças penais definitivas podem barrar uma candidatura. No caso de Oruam, os processos em andamento estão ainda em fase de investigação ou não têm nenhuma ligação com disputas eleitorais, o que garante sua elegibilidade. A Justiça Eleitoral, portanto, não tomou medidas que inviabilizassem sua participação, sublinhando a separação entre o direito penal e o eleitoral, mesmo quando os casos atraem grande atenção da mídia.
Paralelamente, o debate nas redes sociais se intensifica, à medida que a popularidade do rapper aumenta em meio às suas conturbações legais. A possibilidade de Oruam se candidatar a um cargo público, mesmo após uma série de detenções, suscita reflexões sobre responsabilidade e a noção de representatividade. Especialistas afirmam que esse fenômeno expõe a rigorosidade da lei, que adota critérios objetivos para elegibilidade. Isso justifica por que Oruam permanece com a possibilidade de concorrer, ao passo que Luciano Hang, envolvido em um processo diretamente ligado ao sistema eleitoral, se vê barrado de participar das próximas eleições.









