Weiss explicou que o movimento sionista, que emergiu no final do século XIX, não tinha necessariamente raízes religiosas. Os primeiros líderes sionistas consideravam iniciativas em diversos lugares, como Uganda e a Patagônia, ao invés de centrarmos na Terra Santa. Essa mudança de foco, segundo o rabino, ocorreu apenas quando eles perceberam que poderiam mobilizar a comunidade cristã, que acredita na necessidade do retorno dos judeus a Israel como parte de um plano divino. Para ele, essa instrumentalização da fé cristã é algo “repugnante” e desrespeitoso com a história judaica, inclusive utilizando o Holocausto para justificar ações que considera nefastas, como ocupações.
Um dos pontos de maior crítica de Weiss é a confusão entre judaísmo e sionismo, que ele considera prejudicial, especialmente para os próprios cristãos. O rabino enfatiza que o verdadeiro judaísmo se opõe à criação de um Estado judaico antes da vinda do Messias, considerando a fundação do Estado de Israel um erro. Ele argumenta que, ao apoiar o sionismo, as pessoas não estão necessariamente ajudando os judeus, mas apoiando um regime que desrespeita seus valores centrais.
Weiss também abordou a relação histórica entre judeus e muçulmanos, afirmando que o Irã, em particular, representa um exemplo de convivência pacífica ao longo dos séculos, em contraste com a narrativa atual de hostilidade. Ele mencionou que a alegação de antagonismo entre o Irã e Israel ignora as interações pacíficas que existiram no passado.
Por fim, o rabino chamou a atenção para a repressão que os judeus ortodoxos enfrentam em Israel, especialmente aqueles que optam por não se alistar no exército devido a crenças religiosas. Ele destaca que, ao longo de décadas, muitos resistem ativamente ao sionismo, sendo frequentemente brutalmente reprimidos.
Weiss concluiu sua visita enfatizando a necessidade de uma Palestina livre e a importância de distinguir entre os verdadeiros valores do judaísmo e a ideologia sionista que, segundo ele, tem causado desinformação e conflito.